Animação Cultural - Vilém Flusser
No texto “Animação Cultural”, de Vilém Fusser, o narrador autointitulado de mesa redonda cria um discurso em que defende que os objetos devem se unir contra a humanidade, tendo como objetivo principal a desvalorização da cultura. A partir dessa ideia, dois pontos principais me chamaram a atenção.
Primeiramente, a ideia de que os homens não conseguem viver sem os objetos a partir do Século XIX é um fato, uma vez que os objetos foram introduzidos no mercado de trabalho, otimizando o tempo e qualidade de produção. Ademais, com a revolução Industrial, grande parte da população perde seus empregos para que maquinas e robôs tomem seu lugar. Ou seja, a mão de obra humana foi facilmente substituída pela ação de um objeto, assim como sugere o narrador.
Em segundo plano, há a teoria de que os objetos serão controladores e programadores dos humanos, fazendo com que o seres animados vivam de acordo com a vontade dos objetos. Dito isso, é possível perceber um paralelo com a vida real, visto que, ao acordar, a primeira ação das pessoas é checar seu telefone, principalmente suas redes sociais. Esta última sendo ditadora de moda, estilo de vida e até mesmo de opinião. Tais aplicativos funcionam através de um algoritmo que lê tudo o que o usuário faz, desde a hora de dorme, acorda e come até os conteúdos que tal pessoa mais consome. Com isso, são capazes de alimentar cada usuário com conteúdos personalizados, visando maior tempo de uso nas redes sociais. Assim, cada pessoa lê e vê apenas o que lhe interessa, criando certo tipo de “alienação” e perda de opinião própria. Ademais, existem as famosas “fake news”, onde informações falsas são fornecidas por todo e qualquer tipo de meio de contato.
Finalmente, tais fatos impactam diretamente nas ações humanas, podendo fazer com que o usuário aja de acordo com o que lhe é fornecido pela internet e este sequer tem ciência disso.
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